Depois de quase quatro anos de espera, Rihanna lança "ANTI", seu aguardado oitavo álbum de estúdio. Veículos especializados já o consideram um flop e o comparam com "Bionic"(2010) de Christina Aguilera, ou "Miley Cyrus & Her Dead Petz"(2015) da Miley Cyrus. Ou até mesmo ao "ARTPOP"(2013) da Lady Gaga. Será? "Work", primeiro single oficial já é considerada a música mais executada nas rádios. Disponibilizado no iTunes e com download gratuito no TIDAL, "ANTI" já vendeu mais de um milhão de cópias e também já conta com um disco de platina. Talvez a negatividade imposta ao trabalho tenha atraído grande curiosidade do público. Em uma primeira audição o álbum parece inacabado, mas contem uma interessante proposta de repertório e estilos. Para uma cantora habituada aos grandes hits farofas das pistas, "ANTI" não é um álbum conceitual, já que muitos fãs irão tentar entender o que aconteceu com a Rihanna dos vocais de David Guetta, Avicii e Calvin Harris. Eu sei o que aconteceu: ela espertamente deu um tempo!
"ANTI" é um trabalho arrastado, daqueles que não cabe remixes e não é para ser ouvido em grandes estádios, mas sim, no aconchego e com fones de ouvido. Feito de muitas camadas, o R&B impera de certa forma nostálgico, como em uma reminiscencia aos anos 90. É um R&B nada óbvio e que deixa as mãos de Rihanna liberadas para experimentar o que quiser, inclusive, acrescentar pitadas de reggae, soul music e hip-hop. Mas no final é tudo pop querendo se disfarçar de conceito, como na faixa "Same Ol' Mistakes", cover de "New Person, Same Old Mistakes" da banda indie australiana Tame Impala.
Não dá para identificar um grande hit no álbum. As músicas parecem em sua maioria propositalmente inacabadas e nos dão interessantes imagens sonoras, como a já citada "Same Ol' Mistakes" ou a boa faixa de abertura “Consideration”, com baixo sampleado de “Be (Intro)”, do rapper Common. "Never Ending" chega bem fofa, diferentona e nem parece Rihanna, mas sim uma cantora pop romântica dos anos 90. "Love In The Brain" carrega ares da soul music em uma interpretação segura e que não funcionará ao vivo. Amy Winehouse agradece a homenagem. Por outro lado, “Work”, parceria com o rapper Drake e primeiro single oficial de "ANTI", em nada lembra aquele encontro quente de "What's My Name?". A nossa preferida? “Kiss It Better” com um clima bem TLC, nostálgica, com riff de guitarra de Nuno Bettencourt, de “More Than Words”, do Extreme. Ao fim de "ANTI", temos a impressão de que tudo que estava alto - picaretando o título de "Loud"(2010) - chega bem mais baixo. Nesse meio tempo, Rihanna deve ter ouvido muito FKA twigs cujo reflexo aparece em "Woo", com uma colaboração de certa forma bacana do The Weeknd. E também SZA, que faz uma interessante releitura do tradicional R&B aliado ao recém redescoberto trip hop. SZA participa inclusive da faixa de abertura citada acima.
A cantora de Barbados está certa na seguinte afirmação, citada na letra de “Consideration”: “Let me cover your shit in glitter / I can make it gold, gold”. Ela consegue transformar um trabalho que não é tão forte em algo de certa forma moderno e desejado. E corajoso pela mudança em seu repertório. Se ela prosseguir assim (o que duvido muito), "ANTI" será considerado um divisor de águas em sua carreira, rumo a um caminho distante dos jabás e farofas óbvias das pistas. A grande vantagem é que se trata de um álburm espertamente curto: apenas 43:36" de duração. A boa sacada também foi deixar de fora dois singles que fizeram bastante sucesso no ano passado: "FourFiveSeconds" e "Bitch Better Have My Money". A versão deluxe ganha mais três músicas que ao fim não fazem nenhuma diferença, mas "ANTI" veio para ser diferente e cumpre o seu papel na carreira de uma popstar, que vez ou outra pode correr seus riscos. Não dou um ano para chegar um novo álbum a la Rihanna de sempre, cheio de refrão chiclete e hits de pistas.
ANTI foi disponibilizado na íntegra no dia 28 de janeiro, após ter vazado por completo na plataforma digital Tidal. O álbum físico será lançado nesta sexta-feira, dia 5 de fevereiro. Entre os produtores, estão Jeff Bhasker, Boi-1da, DJ Mustard, Hit-Boy, Brian Kennedy, Timbaland e No I.D. A Anti World Tour também sai em fevereiro. E se gostamos? Sim, gostamos, mas daqui a pouco enjoa.
Confira tracklist do álbum "ANTI", 8º na carreira de Rihanna:
1. Consideration (featuring SZA)
2. James Joint
3. Kiss It Better
4. Work (featuring Drake)
5. Desperado
6. Woo
7. Needed Me
8. Yeah, I Said It
9. Same Ol' Mistakes
10. Never Ending
11. Love on the Brain
12. Higher
13. Close to You
Versão deluxe:
14. Goodnight Gotham
15. Pose
16. Sex with Me
Ouça na sequência "Work", "Same Ol' Mistakes", "Woo" e "Kiss It Better":
Não dá para identificar um grande hit no álbum. As músicas parecem em sua maioria propositalmente inacabadas e nos dão interessantes imagens sonoras, como a já citada "Same Ol' Mistakes" ou a boa faixa de abertura “Consideration”, com baixo sampleado de “Be (Intro)”, do rapper Common. "Never Ending" chega bem fofa, diferentona e nem parece Rihanna, mas sim uma cantora pop romântica dos anos 90. "Love In The Brain" carrega ares da soul music em uma interpretação segura e que não funcionará ao vivo. Amy Winehouse agradece a homenagem. Por outro lado, “Work”, parceria com o rapper Drake e primeiro single oficial de "ANTI", em nada lembra aquele encontro quente de "What's My Name?". A nossa preferida? “Kiss It Better” com um clima bem TLC, nostálgica, com riff de guitarra de Nuno Bettencourt, de “More Than Words”, do Extreme. Ao fim de "ANTI", temos a impressão de que tudo que estava alto - picaretando o título de "Loud"(2010) - chega bem mais baixo. Nesse meio tempo, Rihanna deve ter ouvido muito FKA twigs cujo reflexo aparece em "Woo", com uma colaboração de certa forma bacana do The Weeknd. E também SZA, que faz uma interessante releitura do tradicional R&B aliado ao recém redescoberto trip hop. SZA participa inclusive da faixa de abertura citada acima.
A cantora de Barbados está certa na seguinte afirmação, citada na letra de “Consideration”: “Let me cover your shit in glitter / I can make it gold, gold”. Ela consegue transformar um trabalho que não é tão forte em algo de certa forma moderno e desejado. E corajoso pela mudança em seu repertório. Se ela prosseguir assim (o que duvido muito), "ANTI" será considerado um divisor de águas em sua carreira, rumo a um caminho distante dos jabás e farofas óbvias das pistas. A grande vantagem é que se trata de um álburm espertamente curto: apenas 43:36" de duração. A boa sacada também foi deixar de fora dois singles que fizeram bastante sucesso no ano passado: "FourFiveSeconds" e "Bitch Better Have My Money". A versão deluxe ganha mais três músicas que ao fim não fazem nenhuma diferença, mas "ANTI" veio para ser diferente e cumpre o seu papel na carreira de uma popstar, que vez ou outra pode correr seus riscos. Não dou um ano para chegar um novo álbum a la Rihanna de sempre, cheio de refrão chiclete e hits de pistas.
ANTI foi disponibilizado na íntegra no dia 28 de janeiro, após ter vazado por completo na plataforma digital Tidal. O álbum físico será lançado nesta sexta-feira, dia 5 de fevereiro. Entre os produtores, estão Jeff Bhasker, Boi-1da, DJ Mustard, Hit-Boy, Brian Kennedy, Timbaland e No I.D. A Anti World Tour também sai em fevereiro. E se gostamos? Sim, gostamos, mas daqui a pouco enjoa.
Confira tracklist do álbum "ANTI", 8º na carreira de Rihanna:
1. Consideration (featuring SZA)
2. James Joint
3. Kiss It Better
4. Work (featuring Drake)
5. Desperado
6. Woo
7. Needed Me
8. Yeah, I Said It
9. Same Ol' Mistakes
10. Never Ending
11. Love on the Brain
12. Higher
13. Close to You
Versão deluxe:
14. Goodnight Gotham
15. Pose
16. Sex with Me
Ouça na sequência "Work", "Same Ol' Mistakes", "Woo" e "Kiss It Better":