Então tá: um grupo de psicólogos se acha no direito de fornecer terapias de reversão sexual para LGBT´s, alegando que existam interessados nesse tipo de assistência psicológica (o que é fato). Vão lá com o juiz federal, que não vê motivo plausível no perigo desse tipo de assistência (ainda que tais terapias já foram provadas cientificamente de que não possuam resolutividade alguma), e concede uma liminar para o tal grupo colocar o tratamento em prática em todo o território nacional.
Acima dos céus e acima de tudo, o grupo de psicólogos e o tal juiz federal (que querem mais é aparecer - Oi Eleições 2018!), ignoram as decisões de órgãos como a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Conselho Federal de Psicologia (CFP), a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Anistia Internacional. Se desde 1990, por determinação da OMS, a homossexualidade deixou de constar na lista de doenças mentais, como é que em pleno século XXI voltamos a ser considerados doentes e necessitados de tratamento? Se desde 1991, quando a Anistia Internacional instituiu a discriminação contra homossexuais como uma violação dos direitos humanos, como é que em 2017 a Justiça Federal do Distrito Federal permite esse perigoso retrocesso?
Simples: além dessa onda de conservadorismo explícito que assola o planeta, a sociedade retrógrada, preconceituosa e coronelista do Brasil nos vêem assim: doentes. Nossa orientação sexual é passível de escolha, de uma simples opção e se houver uma prevenção, não existirão mais homossexuais no país. A partir de agora, e perante aos olhos coniventes de toda a sociedade, seremos os ratinhos de laboratório sob foco de testes e pesquisas, com tratamento de choque e várias sessões de estupro corretivo. Não tão diferente do que já acontece, sendo que o Brasil ocupa a liderança mundial no ranking de violência contra a população LGBT. E por aí já existem muitos psicólogos e psiquiatras que oferecem tratamento de reversão sexual, mas que agora, poderão divulgar claramente seus serviços, amparados por uma liminar assinada por um juiz federal.
Conforme dados do GGB (Grupo Gay da Bahia), no Brasil, a homofobia mata uma pessoa a cada 25 horas, levando em consideração os casos relatados. Não temos leis e muito menos políticas públicas que nos garantam segurança e liberdade de ser o que somos. Homofobia não é crime no país. E mesmo quando um órgão como a OMS não nos considera doentes, uma liminar agrava ainda mais o risco de sermos atacados nas ruas a qualquer hora do dia. Se não mortos, acabamos numa guia espancados e com sequelas. Ainda assim, muitos vivem dentro de uma bolha, em uma vidinha ordinária, envoltos na sorte de uma aceitação e respeito de familiares, amigos e ambiente de trabalho. Essa mesma sorte faz com que se considerem isentos de qualquer tipo de ataque contra a sua orientação sexual. Para tais, quem sofre homofobia é gay afeminado. Gay periférico. Mas o fato é que nenhum homossexual está livre desse tipo de situação.
Sim, são muitas pautas. Estamos aí na maior crise política e econômica já vivida por este país. Mas a tal da "cura gay" não pode ser tratada apenas como um factoide para desviar a atenção do que realmente importa. Não dependemos apenas de resoluções políticas. Dependemos também da luta contra questões sociais que podem determinar o que devemos ser. O que é aceito. O que é certo aos olhos de uma gestão não laica que gera esse país. E sim, uma determinação como essa, da "cura gay", com o respaldo da Justiça Federal, é mais que um precedente para aumentar os índices de homofobia no país.
Enquanto não nos unirmos de verdade e declararmos guerra, continuaremos a correr sérios riscos. Enquanto transformarmos desgraças em memes ou piadas, continuaremos sem Legislação alguma que garanta nossos direitos quanto cidadãos LGBT´s. E não, não vivemos em uma democracia. Existem cabeças com muito poder de articulação que pretendem nos excluir da face da terra. Seus planos já estão há tempos em execução. E se não formos agredidos ou assassinados com a ajuda de liminares, discursos inflados ou a clara e total falta de apoio de governantes, seremos retirados à força de dentro de nossas casas, envoltos numa camisa de força e direto pra rehab. Lá, nos aplicarão a "cura gay", totalmente amparada pela Justiça Federal.
Acima dos céus e acima de tudo, o grupo de psicólogos e o tal juiz federal (que querem mais é aparecer - Oi Eleições 2018!), ignoram as decisões de órgãos como a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Conselho Federal de Psicologia (CFP), a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Anistia Internacional. Se desde 1990, por determinação da OMS, a homossexualidade deixou de constar na lista de doenças mentais, como é que em pleno século XXI voltamos a ser considerados doentes e necessitados de tratamento? Se desde 1991, quando a Anistia Internacional instituiu a discriminação contra homossexuais como uma violação dos direitos humanos, como é que em 2017 a Justiça Federal do Distrito Federal permite esse perigoso retrocesso?
Simples: além dessa onda de conservadorismo explícito que assola o planeta, a sociedade retrógrada, preconceituosa e coronelista do Brasil nos vêem assim: doentes. Nossa orientação sexual é passível de escolha, de uma simples opção e se houver uma prevenção, não existirão mais homossexuais no país. A partir de agora, e perante aos olhos coniventes de toda a sociedade, seremos os ratinhos de laboratório sob foco de testes e pesquisas, com tratamento de choque e várias sessões de estupro corretivo. Não tão diferente do que já acontece, sendo que o Brasil ocupa a liderança mundial no ranking de violência contra a população LGBT. E por aí já existem muitos psicólogos e psiquiatras que oferecem tratamento de reversão sexual, mas que agora, poderão divulgar claramente seus serviços, amparados por uma liminar assinada por um juiz federal.
Conforme dados do GGB (Grupo Gay da Bahia), no Brasil, a homofobia mata uma pessoa a cada 25 horas, levando em consideração os casos relatados. Não temos leis e muito menos políticas públicas que nos garantam segurança e liberdade de ser o que somos. Homofobia não é crime no país. E mesmo quando um órgão como a OMS não nos considera doentes, uma liminar agrava ainda mais o risco de sermos atacados nas ruas a qualquer hora do dia. Se não mortos, acabamos numa guia espancados e com sequelas. Ainda assim, muitos vivem dentro de uma bolha, em uma vidinha ordinária, envoltos na sorte de uma aceitação e respeito de familiares, amigos e ambiente de trabalho. Essa mesma sorte faz com que se considerem isentos de qualquer tipo de ataque contra a sua orientação sexual. Para tais, quem sofre homofobia é gay afeminado. Gay periférico. Mas o fato é que nenhum homossexual está livre desse tipo de situação.
Sim, são muitas pautas. Estamos aí na maior crise política e econômica já vivida por este país. Mas a tal da "cura gay" não pode ser tratada apenas como um factoide para desviar a atenção do que realmente importa. Não dependemos apenas de resoluções políticas. Dependemos também da luta contra questões sociais que podem determinar o que devemos ser. O que é aceito. O que é certo aos olhos de uma gestão não laica que gera esse país. E sim, uma determinação como essa, da "cura gay", com o respaldo da Justiça Federal, é mais que um precedente para aumentar os índices de homofobia no país.
Enquanto não nos unirmos de verdade e declararmos guerra, continuaremos a correr sérios riscos. Enquanto transformarmos desgraças em memes ou piadas, continuaremos sem Legislação alguma que garanta nossos direitos quanto cidadãos LGBT´s. E não, não vivemos em uma democracia. Existem cabeças com muito poder de articulação que pretendem nos excluir da face da terra. Seus planos já estão há tempos em execução. E se não formos agredidos ou assassinados com a ajuda de liminares, discursos inflados ou a clara e total falta de apoio de governantes, seremos retirados à força de dentro de nossas casas, envoltos numa camisa de força e direto pra rehab. Lá, nos aplicarão a "cura gay", totalmente amparada pela Justiça Federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário