James Stewart é o fotógrafo voyuer L.B. Jeffries em "Janela Indiscreta"
O Instituto CPFL Cultura apresenta no mês de março quatro obras cinematográficas do diretor britânico Alfred Hitchcock. Intitulada “Hitchcock: o aparente e o essencial”, a mostra abre a programação de 2016 do Cine CPFL. Na próxima quinta-feira (3/03), o filme "Festim Diabólico" será a primeira a ser exibida, com sessão às 19h. A entrada é gratuita.
Alfred Hitchcock, nas palavras do crítico de cinema Inácio Araújo, era um homem de fé. Para o cineasta, o filme deveria promover o encontro entre o aparente e o essencial, entre o corpo e a alma. “Como se algo na nossa vida espiritual devesse ser corrigido. E pudesse ser”, observa o autor de “Hitchcock, o Mestre do Medo”. Hitchcock, continua o especialista, ensina a contar uma história sem palavras. As imagens é que têm de contar a história.
Durante a retrospectiva, o público poderá conferir as marcas do diretor que revolucionou o cinema com cortes, tensão do roteiro e uma espécie de metalinguagem da própria produção cinematográfica. É uma oportunidade também para conhecer, mais do que o "mestre do suspense", mas um modo de fazer cinema que se tornou uma referência aos diretores que o sucederam, a começar pelos ícones da Nouvelle Vague, que tinham em Hitchcock uma de suas principais inspirações.
A programação, que vai até o dia 31 de março, sempre às quintas-feiras, apresentará os filmes “Psicose”, “Janela Indiscreta” e “Um Corpo que Cai”. Confira:
Programação Cine CPFL: Mostra de Cinema “Hitchcock: o aparente e o essencial”:
03/03 - "Festim Diabólico" (1948, 81 min, 14 anos)
Em seu trabalho mais experimental (e primeiro em cores), Hitchcock planejou fazer um filme em um só plano, sem cortes aparentes a olho nu. Trata-se de um desafio duplo ao espectador, representado por Rupert Cadell (James Stewart): desmontar, no meio de uma festa, a farsa de um crime perfeito e identificar os truques de edição nas 10 tomadas de oito minutos cada.
10/03 - "Janela Indiscreta" (1954, 112 min, 12 anos)
Uma aula sobre os limites da visão, da interpretação e da interferência diante de uma realidade entrecortada. O voyeurismo do protagonista é, de certa forma, o voyeurismo do público imóvel, distanciado e dependente de cada ângulo das fotografias dos prédios e das janelas alheias para obter não apenas respostas de uma narrativa, mas também sentidos.
17/03 – “Um Corpo que Cai” (1958, 129 min, 14 anos)
O título original da obra-prima do cineasta é “Vertigo”. O filme, de fato, chega a provocar vertigem no espectador. Não por acaso, mas por um movimento calculado de aproximação e afastamento da câmera. A vertigem é a sensação levada à tela do encontro entre afetos contraditórios: razão e sensibilidade, loucura e sanidade, dever e paixão. O medo de altura do personagem é uma pergunta sem resposta: o que mais nos apavora é exatamente o que mais nos atrai. Por quê?
31/03 - “Psicose” (1960, 109 min, 14 anos)
Inspirado no romance de Robert Bloch – baseado, por sua vez, na história verídica de um serial killer – o filme foi rejeitado pelo estúdio Paramount e se tornou uma obsessão para o diretor, que decidiu arcar com todos os custos da produção e rodá-lo em preto e branco. O esforço rendeu uma das mais realistas e impressionantes cenas do cinema, e deu a Hitchcock o posto de mestre do suspense.
Serviço:
Cine CPFL: Mostra de Cinema “Hitchcock: o aparente e o essencial”
Data: Toda quinta-feira do mês de março
Local: Sala Umuarama – Instituto CPFL Cultura
Endereço: Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera, Campinas - SP
Informações: (19) 3756-8000
Horário: 19h
Entrada: gratuita - por ordem de chegada, uma hora antes de cada sessão
Site: institutocpfl.org.br