A noite GLS em Campinas passa por uma engrenagem interessante: de um lado, fórmulas repetidas à exaustão e de outro, uma fatia que clama por algo novo, algo que justifique uma saída de casa. Para arrematar, existe uma falta de respeito para com o Cliente, uma subestimação perante a nossa capacidade. Digo isso por experiência própria, como por exemplo, ao pedir um Mojito, ele chega com gosto de vodka Smirnoff sabor maçã-verde. Ou quando se está na pista e a mesma música da Rihanna toca três vezes. Ou quando o DJ antipático está lá na cabine fazendo suas mixagens truqueiras enquanto confere suas mensagens no celular. Ou quando o staff não é educado e acha que todo mundo que está em uma fila é VIP. E porque é VIP, tem que ser mal atendido. Ou quando um novo club inaugura e não tem staff suficiente para atender o público. E não te indeniza o preço pago pelo camarote. Ou quando funcionários despreparados marcam drinks errados na sua comanda. Ou quando o banheiro não está limpo e a filosofia da casa é tratar o Cliente de maneira diferenciada e especial. Ou quando você perde horas na fila para tentar usar o banheiro, porque não se investe em estrutura. E por aí vai...A real é que Empresários querem lucro e Clientes, mas se esquecem do atendimento que envolve mão de obra preparada, estrutura e respeito.
Passamos
por uma cultura VIP que generaliza todo mundo. O fato é que ninguém
mais paga para entrar em balada. Tem a lista do promoter, a lista do
evento no Facebook, a lista da portaria, a lista da lista. E porque
não paga, então tem que ser tudo meia-boca. Mas acontece que
aqueles que pagam, aqueles que não possuem o nome na lista,
literalmente pagam por tudo de ruim nessa onda amadora que vagueia a
noite GLS campineira. E paga-se caro! Não sei se existe a
possibilidade de mensurar quanto vale uma noite, mas as vezes o
dinheiro é totalmente perdido quando você se depara com situações
absurdas. E o pior, parece que o público está acostumado com isso e
acha tudo muito normal. E houve um tempo em que as pessoas eram mais
questionadoras...E o público também era melhor e mais informado.
Empresários
devem deixar de ser apenas Empresários e voltar a ser
Entertainers. Lidar com
público é um dom, mas enquanto se tem a áurea de apenas querer
ganhar dinheiro com isso, nada funciona corretamente e pintar uma
parede de preto não é a resposta para tudo. Com tanta tecnologia
por aí, pesquise, viaje, frequente outras baladas, converse com o
público. Ninguém está na noite de favor. Quem me conhece sabe qual
o lugar que mais frequento por aqui e vai por mim: a melhor
iluminação de pista, a melhor acústica e o melhor som já existem.
Mas as vezes é bom termos opções, desde que valham a pena. Conheço
muita gente, mas muita gente mesmo que não sai mais de casa
justamente por esse período tão ruim que passa a noite GLS de
Campinas. E são pessoas formadoras de opinião, que foram treinadas
pela noite em uma época que todo club cobrava entrada, todo DJ
expressava conceito na pista, todo staff era educado, gogo boy não era diva e um inferninho
era de fato um inferninho.
Não sei qual a
justificativa de tanto club GLS na cidade já que praticamente todos
têm a mesma cara, só muda o endereço. Alguns
conceitos devem ser urgentemente revistos. Por favor!
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